Promotor de Justiça chama a sua primeira testemunha, uma velhinha de idade bem avançada. Para começar a construir uma linha de argumentação, o Promotor pergunta à senhora:
- Dona Genoveva, a senhora conhece-me, sabe quem eu sou e o que faço?
- Claro que eu o conheço, Carlinhos! Eu conheci-o bebé. E, francamente, decepcionaste-me muito. Mentes, traís a tua mulher, manipulas as pessoas, espalhas boatos e adoras mexericos.
Achas que és influente e respeitado na cidade, quando na realidade és apenas um coitado. Ah, se eu te conheço! Claro que conheço!
O Promotor fica petrificado, incapaz de acreditar no que estava a ouvir. Ele fica estático a olhar para o juiz e para os jurados.
Sem saber o que fazer, aponta para o advogado de defesa e pergunta à senhora:
- E o advogado de defesa, a senhora conhece?
A senhora responde imediatamente.
- O Toninho? É claro que conheço! Desde criancinha. Eu tomava conta dele. E ele também me decepcionou. É preguiçoso, puritano, alcoólico e sempre a querer dar lições de moral aos outros sem ter nenhuma para ele. Ele não tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os processos em que actuou.
Neste momento, o juiz pede que a senhora fique em silêncio, chama o Promotor e o advogado perto dele, debruça-se na bancada e diz baixinho aos dois:
- Se algum de vocês perguntar à p#!@ da velha se ela me conhece sai desta sala preso! Fui claro?
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